A cada ano Tramandaí recebe milhares de visitantes que buscam as belezas naturais da Capital das Praias. Com os turistas, muitas pessoas vislumbram a possibilidade de ganhar dinheiro conseguindo um emprego ou vendendo produtos nas ruas. No entanto, a falta de qualificação, planejamento e a concorrência faz com que muitos desses cidadãos acabam perambulando pelo município, sem condições de voltarem para as suas cidades de origem.
Sempre que uma pessoa é identificada em situação de vulnerabilidade, ela é abordada por profissionais do CREAS, da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social, e também com auxílio da Secretaria de Segurança e Direitos Humanos.
“Nossa preocupação é sempre com o ser humano. Procuramos identificar a sua origem, os motivos que trouxeram até Tramandaí e depois organizamos a logística para que eles possam voltar para suas famílias”, destaca o Secretário de Desenvolvimento e Assistência Social Roger Germano.
O trabalho intenso dos setores da Prefeitura tem mostrado resultados expressivos. No período de um ano, 922 pessoas foram auxiliadas para retornarem as suas cidades de origem.
“Felizmente poucos são reincidentes. Desses quase mil casos em 12 meses, a grande maioria seguiu suas vidas em suas casas e não retornaram para as ruas. O trabalho social, de conscientização é decisivo. Temos casos de alcoolismo e dependentes químicos que necessitam de um acompanhamento mais amplo para serem reinseridos no mercado de trabalho”, conclui o Secretário Roger.
A Pesquisa Nacional sobre a “População em Situação de Rua no Brasil” fez um mapa de quem está em vulnerabilidade.
A imensa maioria de quem vive nas ruas são homens. Do total dessa população, 82% é masculina. De todos a maioria é jovem: 15,3% são homens na faixa etária dos 18 aos 25 anos. A faixa da idade com o maior número de homens em situação de rua é a dos 26 aos 35 anos, com 27,1%.
Já a população feminina representa os outros 18% do total de pessoas que vivem em situação de rua. A maioria das mulheres também é jovem e está nas ruas com idade menor do que a dos homens: 21,17% delas têm entre 18 e 25 anos e 31,06% têm entre 26 e 35 anos.
Quanto à cor de pele de todas as pessoas que vivem nas ruas, 39,1% se autodeclararam pardos na pesquisa; 29,5% se declararam brancos e 27,9% se declararam pretos. No censo do IBGE, que junta negros e pardos, contabiliza a população brasileira em 53% de negros e 46% de brancos. Levando em conta a população em situação de rua, se formos usar o mesmo método, a representação negra é de 67%, bem mais alta que a sua representação na população brasileira.

Texto: Maxwell Bernardes (ASCOM)
Pesquisa: Politize
Foto: Arquivo (PMT)